A carne do Cordeiro Bragançano deve as suas características às condições da terra fria transmontana, reflectindo em particular o gosto das pastagens, transmitido através do leite materno.
Esta carne é obtida da raça Churra Galega Bragançana, que se caracteriza, por apresentar animais pernalteiros com membros muito finos, deslanados e altos, cabeça também deslanada, manchas pretas ou castanhas em torno dos olhos e focinho, garupa pouco volumosa e cauda comprida.
As suas origens são as ovelhas tipo Pirineus, que por sua vez derivam do Muflão europeu. A fixação dos caracteres desta raça está muito ligada ao ambiente onde vivem, com um clima rigoroso – de acordo com os locais «9 meses de inverno e 3 de inferno», o relevo acidentado e as especificidades do solo local (a sua alimentação na primavera é feita à base de arbustos como a esteva, a giesta, urze, tojo, etc… no inverno apenas existem as ervas dos lameiros e algumas folhadas).
A produção de ovinos traduz-se em alimento, agasalho e fertilização dos solos, sendo por vezes, a única riqueza dos agricultores. O cordeiro ocupa lugar de destaque na cozinha tradicional Transmontana tendo no cordeiro branco de Montesinho o seu expoente máximo, e que tem o seu ponto alto de consumo na época da Páscoa, em que é tradicionalmente assado em forno de lenha.